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O que está acontecendo? O ciclone na Patagônia, que gerou ventos de até 150 km/h e levantou uma grande nuvem de poeira que chegou a Buenos Aires,
O que está acontecendo? O ciclone na Patagônia, que gerou ventos de até 150 km/h e levantou uma grande nuvem de poeira que chegou a Buenos Aires, também influencia o comportamento do tempo no Sul do Brasil.
Por leandro marques
Publicado em 19/11/2025 13:19
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Nuvem de poeira da Patagônia avança pela Argentina, Uruguai e chega ao Sul do Brasil

Uma extensa nuvem de poeira formada por ventos extremos na Patagônia argentina durante a segunda-feira (17) avançou pelo Leste da Argentina, atingiu o Uruguai e chegou à costa do Sul do Brasil nesta quarta-feira (19), já bastante dispersa e com baixa densidade.

O fenômeno, incomum pela intensidade e pela grande extensão, provocou céu acinzentado e aparência semelhante à neblina em Montevidéu e no litoral uruguaio. O Instituto Uruguaio de Meteorologia (Inumet) chegou a emitir um comunicado alertando para “redução de visibilidade e tonalidade cinzenta no céu” devido à presença da poeira, especialmente em áreas próximas ao mar.

Por volta das 17h de ontem, moradores da Rambla de Montevidéu, às margens do Rio da Prata, perceberam a chegada da nuvem. O céu ficou opaco e o horizonte parcialmente encoberto, com a massa de ar frio — vinda do Sul da Argentina — trazendo a poeira em suspensão. No país vizinho, cidades como Mar del Plata, Necochea e Tandil, na província de Buenos Aires, amanheceram sob uma camada visível de partículas no ar. Em Buenos Aires, o céu também apresentou aspecto acinzentado.

Relatos de moradores apontaram redução de visibilidade e uma fina película de poeira depositada sobre carros e janelas.

A nuvem se formou após rajadas de vento muito intensas, que chegaram a 150 km/h em Comodoro Rivadavia e ultrapassaram 200 km/h em medições não oficiais de áreas petrolíferas. Os ventos levantaram grande volume de material particulado do solo árido da Patagônia, que foi transportado por correntes associadas a um potente ciclone extratropical no Atlântico Sul. O deslocamento seguiu pelo Atlântico, atingiu a província de Buenos Aires, atravessou o Sul e o Leste do Uruguai e alcançou a costa gaúcha na manhã desta quarta-feira (19). Já no litoral do Rio Grande do Sul, a poeira estava bem mais dispersa e praticamente imperceptível.

Mesmo assim, no Litoral Norte do estado, após uma manhã nublada, o céu apresentou um tom azulado acinzentado — não por poeira ao nível do solo, mas por partículas em altitude.

Fluxos de partículas vindos do Sul são raríssimos no Rio Grande do Sul. Normalmente, o material particulado que chega ao estado se origina no Norte e no Centro-Oeste, como a fumaça das queimadas da Amazônia, que frequentemente é trazida por correntes de jato de baixos níveis. Eventos vindos de Sul só ocorrem em casos excepcionais, como o episódio das cinzas do vulcão Cordón Caulle, na fronteira entre Chile e Argentina, cuja pluma deu a volta ao mundo em 2011 e chegou a provocar suspensão de voos entre o Rio Grande do Sul e a Austrália.

 

Fonte: MetSul Meteorologia

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