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Relatos de testemunhas apontam que, após agressões, Gabriel Marques Cavalheiro teria sido colocado na viatura da BM desacordado com o corpo rígido
24/08/2022 12:09 em noticias

Na última terça-feira (23), a Justiça Estadual do Rio Grande do Sul determinou a prisão preventiva dos policiais envolvidos no desaparecimento do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos. A decisão que embasou a prisão traz relatos de testemunhas que presenciaram a abordagem ao jovem antes dele desaparecer.Conforme divulgado pela reportagem da GZH, no início da abordagem, o jovem teria tentado explicar aos policiais que estava perdido. Mesmo assim, um tapa forte atingiu Gabriel, que acabou caindo no chão. Na sequência, ainda segundo as testemunhas, policiais militares teriam desferido três golpes de cassetete na cabeça do jovem. “Moribundo e desacordado, com o corpo rígido”, Gabriel teria sido colocado na viatura algemado, conforme a reportagemA prisão preventiva foi decretada, a pedido da Polícia Civil, pela juíza Juliana Neves Capiotti, da Vara Criminal de São Gabriel. Diante dos relatos das testemunhas, a decisão aponta um crime doloso contra a vidaDois relatos que a GZH teve acesso apontaram que o policial militar Raul Veras Pedroso teria desferido as agressões e algemado Gabriel:

“Reconheceu na foto Raul Veras Pedroso como o policial que deu o tapa em Gabriel e o algemou. O mesmo que deu tapa e algemou, ou seja, Raul Veras Pedroso, também agrediu Gabriel com cassetete umas três vezes na cabeça, e afirmou ‘tu usou uma verdinha’. Que a agressão foi tão forte que Gabriel caiu. Que depois das agressões, Gabriel ficou caído, quieto, por cerca de uns dois minutos, imóvel, possivelmente desmaiado”, falou uma das testemunhas.

Além disso, outro testemunho divulgado pela GZH indica a condição do jovem após a agressão“Quando Gabriel foi conduzido até a viatura, estava com o corpo ‘duro’, sendo controlado pelos policiais, em pé, acredita que Gabriel poderia estar desmaiado, pois não se opunha e nem falava nada”.

O que dizem os advogados de defesa

No início desta semana, os advogados de defesa dos policiais militares alegaram inocência. Confira, a seguir, a posição sustentada por eles:

Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, 2° sargento


Conforme o canal da transparência do governo do Estado, Jacobsen tem 16 anos de atuação. Ingressou na BM em 27 de junho de 2006.

Em nota, os advogados Ivandro Bitencourt Feijó e Mauricio Adami Custódio informaramA defesa peticionou requerendo acesso aos elementos de prova já documentados nas investigações tanto da Corregedoria da Brigada Militar quanto da Polícia Civil para tomar conhecimento completo dos fatos objeto da apuração. Desde já, bradamos a total inocência do constituinte e a total indignação de sua família por ocorrer, antes de tudo e de forma sumária o julgamento de antecipação de culpa em detrimento da cautela que deve existir nos procedimentos penais desta natureza. Causa espécie a essa defesa técnica, noticiar-se que a Chefia de Polícia Civil trabalhe apenas com uma única linha de investigação, sabendo-se que no contexto de um fato complexo, deve se observar todas as hipóteses variáveis sem açodamentos que levem a total inversão de presunção por parte de agente público que não ostenta qualquer comportamento à margem da ética policial militar ao longo de toda sua carreira. Mais uma vez reiteramos a inocência que para além de ser presumida pela Constituição Federal, é bradada por quem não teme os esclarecimentos e c ertamente está sendo injustiçado!”

Cleber Renato Ramos de Lima – Soldado

Conforme o canal da transparência do governo do Estado, tem 15 anos de atuação. Ingressou na BM em 12 de novembro de 2007

Raul Veras Pedroso – Soldado

Conforme o canal da transparência do governo do Estado, tem 5 anos de atuação. Ingressou na BM em 16 de novembro de 2016.

As advogadas Vania Barreto e Shaianne Lourenço Linhares, que defendem Lima e Pedroso, informaram:

“A defesa dos soldados Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso vêm a público esclarecer que atenderam uma ocorrência de perturbação do sossego envolvendo a vítima Gabriel Marques Cavalheiro e realmente conduziram-no até a localidade de Lava Pés, atendendo ao pedido da comunicante Srª Paula que não queria que o rapaz permanecesse nas proximidades de sua residência e do próprio Gabriel que disse que estava procurando uma prima que morava na localidade de Lava Pés. Quando Gabriel desembarcou da viatura estava bem, não foi agredido pelos policiais militares e os fatos que se sucederam após a liberação de Gabriel, eram imprevisíveis para os policiais militares. Aguarda-se o prosseguimento das investigações que certamente concluirá que os policiais nada têm a ver com a morte de Gabriel. É de interesse dos policiais que venha à tona a verdade dos fatos e para tanto, estão contribuindo com as investigações, tendo, inclusive, entregue seus aparelhos celulares, com a respectiva senha, para acesso pelas autoridades que investigam o caso. Aguardam com confiança o laudo pericial, que vai determinar a causa mortis e esclarecer definitivamente que os policiais militares não são responsáveis pela morte da Gabriel.”

Diário de Santa Maria

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